Esteatose Hepática – Gordura no Fígado
Oi, pessoal! Hoje resolvi falar sobre um tema cada vez mais comum, que eu atendo várias vezes ao dia no consultório: a esteatose hepática – a famosa “gordura no fígado”. Quer saber mais? Vem comigo que eu te explico! 🙂
O que é?
Esteatose hepática ou “gordura no fígado” é o nome da doença em que as células do fígado são infiltradas por gordura. Eu brinco que é como se o fígado ficasse gordinho também. Por muito tempo, ela era muito conhecida por sua associação com o alcoolismo, mas, com o aumento da incidência de sobrepeso e obesidade, ela tem cada vez mais se apresentado em pacientes que não ingerem (ou ingerem pouco) álcool. Estima-se que cerca de 30 a 40% da população ocidental apresente algum grau de esteatose. Isso está muito relacionado com o aumento de peso da população mundial.
Por que acontece?
É um processo relativamente complexo, mas funciona mais ou menos assim: o açúcar que ingerimos vai ser armazenado na forma de gordura no corpo. Quando ele é ingerido em excesso ou ocorre alguma doença que dificulte que ele seja armazenado pelo corpo (como diabetes ou resistência insulínica), ele acaba indo para o fígado e vai se depositar em forma de gordura dentro dele, prejudicando seu funcionamento. Por isso falamos que é uma doença bastante associada ao aumento de peso e hábitos não saudáveis de alimentação. Ela é bastante comum em pessoas com sobrepeso ou obesas, com diabetes, resistência à insulina, dislipidemias (colesterol e triglicerídeos alterados) e sedentárias. Antes que alguém reclame: não, não ocorre sé em gordinhos. Pessoas magras também apresentam! Por isso a importância de todos fazerem exames para diagnóstico. Como eu citei antes, ela também pode estar associada a ingestão de álcool, além de uso de determinados medicamentos, hepatites e perda ou ganho muito rápido de peso.
Quais são os sintomas?
Esse é um grande problema, nos estágios iniciais, é normal a pessoa não apresentar sintomas. Geralmente ela é descoberta por alteração em exames. Conforme ocorre a progressão, ou seja, a piora da doença, aí podem começar a surgir sintomas e eles vão progredindo. Entre eles, podemos citar:
- desconforto abdominal
- cansaço/fraqueza
- perda de apetite
- dor de cabeça
- aumento do abdômen
- icterícia (amarelão)
- edema (inchaço) em membros inferiores
Como se diagnostica?
A esteatose é diagnosticada através de exames laboratoriais e de imagem. Via de regra, com uma ecografia abdominal se consegue observar se há a doença e qual o grau em que ela se encontra. Algumas vezes, pode-se ter alteração dos exames de sangue relacionados ao fígado, em, especial TGO e TGP. Quando diagnosticada, é importante avaliar o grau em que se encontra para decidir se é necessário que sejam feitos mais exames ou apenas acompanhamento.
Graus de esteatose
- grau 1 ou leve – quando tem pouco acúmulo de gordura
- grau 2 – moderado acúmulo de gordura
- grau 3 – grande acúmulo de gordura
Consequências
O grande problema dessa doença é que, com o tempo, a presença dessa gordura vai dificultando o funcionamento do fígado e as células vão inflamando e morrendo e criando o que chamamos de fibrose – um tecido duro, que parece uma cicatriz. Com o desenvolver da doença isso pode virar uma cirrose ou mesmo um câncer. Daí a importância de descobrirmos o quanto antes. Quando descobrimos cedo, podemos reverter o processo e evitar todos esses problemas.
Qual o tratamento?
O principal tratamento para a gordura no fígado é a perda de peso saudável e as mudanças no estilo de vida.
- estilo de vida saudável
- alimentação equilibrada e saudável
- prática regular de atividade física
É importante frisar aqui que a perda de peso deve ser gradual. Perdas muito bruscas podem inclusive piorar o quadro. Cuidado com dietas radicais aqui. Dificilmente se usa medicação para tratar esteatose. O principal tratamento são os itens que citei acima.
E aí? Ajudei a entender um pouquinho mais da famosa “gordura no fígado”? Procure seu médico e converse com ele a respeito. Ele pode tirar suas dúvidas e te ajudar.